Quem me fez descurar valores,
trocar quem sabe de companhia,
querer vivenciar novos sabores,
o descernimento tanto desobedecia.
Saltar a cerca, há quem diga,
dá no perigo de se apaixonar.
Ganha-se o amor? Perde-se a amiga?
Vá-se lá saber ou adivinhar!
A paixão depressa derreteu,
o brilho luxurioso da amizade,
porque o amor não apareceu,
talvez pela sua fragilidade.
A minha prosa agora sossega,
por esta triste melancolia.
A faísca que já não péga
e tão bem que pegou um dia.
Desejando-te, o que não te posso dar,
que tenhas o que não tenho,
que faças o que não fiz,
que sejas quem não fui,
que encontres quem mereças,
mas que me guardes onde eu te guardo...
... no coração! Luis Mateus |
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